O crash
No referido filme, o grupo étnico que define os padrões de nobreza social continua sendo o branco; protótipo que, sem dúvida alguma, ocasiona em alguns elementos - que não se enquadram aos padrões genéricos impostos, uma sensação de frustração por se verem excluídos desse modelo social.
O sentimento de insegurança é perfeitamente percebido nessa sociedade de excelência branca, quando surge a necessidade de contratação de mão-de-obra e de serviço de outros grupos étnicos, é nesse momento que surgem as maiores expressões de tensão, medo, intolerância e racismo.
O longa-metragem mostra várias demonstrações de agressividade e intransigência em suas cenas. Trata-se de um filme forte, polêmico, enérgico e, sobretudo, realista e reflexivo. Um filme que mostra como atitudes isoladas se entrelaçam e tendem a se refletir, afetando, por conseguinte, a toda coletividade.
Como a trama se entrelaça
Crash é subdividido em tramas independentes que se unem no desenrolar do filme como um quebra-cabeça. Nesses termos, para melhor esclarecimento do que foi dito, é imprescindível a lembrança da cena em que um diretor, negro, de cinema e sua esposa - que também é negra, são abordados por policiais brancos em uma operação de revista realizada em uma via pública. Nessa operação, um dos agentes, agindo completamente fora dos padrões éticos e morais exigidos para o cargo, molesta a esposa do diretor de cinema – que acompanha furioso tal procedimento, mas nada pode fazer contra a atitude do policial. Após a chegada do casal em sua casa, a mulher, muito nervosa, questiona o marido sobre sua apatia diante do ocorrido, pois ela queria que ele a defendesse dos abusos