O Corti O Artigo
Aline Silva Filgueira
Danillo Silva
Edson Vínicius de Oliveira
RESUMO
Este artigo tem por objetivo enfatizar como o espaço, elemento estrutural da narrativa, possui papel fundamental na obra de forma que facilita ao leitor no âmbito da compreensão e construção dos personagens durante o romance. Destacando ainda que na obra O cortiço, o espaço influi diretamente na formação do caráter e opiniões do indivíduo, e o homem torna-se produto do meio em que vive.
PALAVRAS-CHAVE: Espaço. Determinismo. Personagem. Naturalismo. Cortiço. Sobrado.
O cortiço foi publicado em 1890, e é considerada a principal obra do movimento naturalista no Brasil. O autor: Aluísio de Azevedo nesta obra de cunho social preocupa-se em provar na afirmativa da corrente determinista que o homem é produto do meio em que vive.
O naturalismo difere-se do romantismo no sentido que se opõe a subjetividade e individualidade romântica, dando preferência pelo coletivo, inclusive no espaço. Os problemas sociais, as mazelas dos homens eram alguns dos temas mais explorados por essa escola literária, a partir destes problemas os naturalistas buscavam desvendar suas causas procurando justificativas embasadas em preceitos científicos como o determinismo, evolucionismo, positivismo, entre outras correntes científicas da época.
João Romão é o protagonista do romance, um português, ambicioso que tem verdadeiro “delírio de enriquecer”. Ao herdar uma venda, seu sonho de enriquecimento começa a tornar-se realidade, porém usa de meios ilícitos para isso: furtando e enganando as pessoas. É o dono do cortiço e da pedreira em que a maioria dos habitantes do local trabalha. Tem uma amante chamada Bertoleza, uma escrava com uma carta de alforria forjada por ele. Apesar de rico, João Romão não tem status social, o que o unirá no final da narrativa com Miranda em um jogo de interesses mútuos.
Miranda é um comerciante e torna-se vizinho de João