O corpo é nosso, mas a decisão é de quem?
O dia 8 de março, dia internacional da mulher, vem se aproximando e com ele as discussões sobre o corpo feminino voltam à tona. Apesar de todas as conquistas, as mulheres ainda almejam o livre arbítrio sobre o seu próprio corpo, principalmente em questões como o aborto.
Quando acontece uma gravidez não planejada, muitas mulheres recorrem ao método mais fácil e eficaz de resolver o problema, o aborto. Apesar de ser um ato criminalizado, essas mulheres se submetem ao aborto clandestino, alegando não ter condições de criar uma criança. Muitas delas, não possuem recursos financeiros ou são muito jovens, e por medo da reação da família e pelo futuro optam por essa “solução”.
Ao ler sobre os tipos de aborto é impossível não sentir um certo horror, são cruéis e dolorosos, mesmo que seja apenas com o uso de medicamentos medicinais. Metade das mulheres que fazem os abortos ilegais procuram o atendimento médico depois. Segundo Carmem Barroso, diretora da Federação Internacional de Planejamento Familiar (IPPF), o custo do aborto inseguro é altíssimo para o sistema de saúde, esses custos baixariam drasticamente se essas mulheres tivessem acesso as informações que necessitam e aos serviços seguros.
De acordo com o Ministério da Saúde, os abortos clandestinos foram responsáveis por 936.291 internações no Sistema Único de Saúde (SUS), para o tratamento de complicações após abortos inseguros, entre 2007 e 2012, somando os custos, o total foi de R$180 milhões.
Os únicos casos em que o aborto é permitido judicialmente no Brasil são, quando há estupro, ou a mãe corre risco de vida durante a gravidez ou no nascimento do bebê e também em casos quando a mãe possui deficiência mental. Esses atendimentos custam aos cofres públicos cerca de R$302,8 mil, de acordo com o ralatório “Morte e Negação: Abortamento Inseguro e Pobreza” do IPPF.
Está claro que o aborto ilegal é um problema de saúde pública, e que precisa ser resolvido, não