O Conto Morfina

Morfina Morfina de Humberto de Campos foi publicado originalmente em 1932 no livro “O monstro e outros contos” e sua segunda edição em 1945 (paginas 63-67), pela editora W.M Jackson Inc. Editores no Rio de Janeiro. Humberto de Campos (1886-1934), jornalista, político e escritor, foi colaborador em jornais no Pará e do Rio de Janeiro, em 1920 foi eleito Deputado Federal no Maranhão, em 1910 publicou seu primeiro livro "Poeira Poesia" e em 1933 "Memórias”, o qual se tornou sua obra mais famosa. A narrativa se inicia na Casa de Saúde Santa Genoveva, localizada na Tijuca (RJ), onde o narrador - que não se identifica - conta que muito ia lá para visitar seu amigo Carvalho Souto quando o mesmo estava internado. Durante essas visitas nasceu uma amizade com o Dr. Augusto de Miranda. Após Souto receber alta, continuou a visitar a casa de Saúde para poder conversar com o Doutor. Numa dessas visitas, o médico contou-lhe a história de uma de suas pacientes que se casou com um de seus colegas de faculdade. No primeiro ano de casados veio o primeiro filho; e depois de quatro anos, numa certa noite, o marido vê sua esposa sofrer um ataque de cólica hepática muito forte. Os tratamentos indicados por profissionais foram inúteis. O marido, por não aguentar vê-la naquele estado, aplicou-lhe uma injeção de morfina e ela adormeceu imediatamente. Ao acordar, pôs-se a gemer novamente. Foi-lhe aplicada outra injeção. Entretanto, após ela receber as doses de morfina, o marido notar que a dor não era mais proveniente de cólica hepática, e sim dos efeitos da própria morfina, cessou então as aplicações. Após algumas semanas, o marido descobriu que sua esposa continuou a tomar o medicamento em doses espantosas. Então, em vista das suas tentativas ineficientes para salvar sua esposa, procurou um antigo colega de faculdade que retornou a cidade como especialista contra entorpecentes. O marido a levou no