Análise crítica - ópio: diário de uma louca
A trama do filme se passa em um manicômio, por volta de 1913, a psicanálise ainda não era tão difundida para o tratamento de problemas mentais. O Dr. Brenner, vai trabalhar como médico psiquiatra nesse manicômio. Ele também é um escritor de contos eróticos, a maior parte de seus contos supostamente advém de uma criatividade associada às drogas das quais é viciado.
Nessa clínica, eram utilizados métodos de extrema opressão física no tratamento de doenças mentais; imersões em água fria, jatos d’água, eletrochoques e isolamento social faziam parte da gama de tratamentos, sendo a lobotomia o estágio final, utilizado somente em casos que os demais métodos não surtissem efeito, e obviamente essa prática tornava-se então comum a pacientes da clínica. O Dr. Brenner não se encontrava muito bem mentalmente e fisicamente, devido ao uso crônico de ópio e morfina. Gizella demonstra-se uma escritora com seus diários. Ela entra em uma decadência mental após a morte de sua mãe, da qual ela era tutora. Possivelmente houve esse agravante devido a sua vida ficar sem um propósito. Gizella, que ainda é virgem, afirma que o Diabo quer tomar posse de seu corpo, torná-la sua puta. Esse quadro de esquizofrenia e ninfomania decorre, possivelmente, da inaptidão do controle de anseios e desejos sexuais que Gizella instintivamente possui.
Brenner e Gizella iniciam uma espécie de relação amorosa, tornando-se dependentes um do outro. Ele utiliza os diários que ela escreve para criar mais um conto erótico, já que sua mente encontra-se em uma inanição criativa decorrente do uso excessivo de drogas. Ele é muito indiferente em relação ao seu vício, o que torna seu trabalho como analista descreditado. Gizella ao ver que a sua relação com o médico é fútil, agrava ainda mais seu estado mental psicótico.
Por fim, Brenner é demitido da instituição por não contribuir com a cura de pacientes e antes de sair realiza o pedido de Gizella que é fazê-la parar de pensar,