O conceito de Rural
Deis Siqueira * e Rafael Osório **
Introdução
A
s políticas neoliberais vêm se tornando cada vez mais hegemônicas, sobretudo após a queda do Muro de Berlim, em 1989. Identificam-se, nesta atual “etapa superior do desenvolvimento do capitalismo”, novas formas de flexibilização do trabalho, liberalização financeira, privatizações, novas aberturas ao exterior e fragilização dos Estados nacionais. Afinal, trata-se da substituição de formas “tradicionais” estatais, por formas globais de se governar as práticas de mercado, no sentido de que se reorganizem os Estados para que as condições de realização da livre circulação de dinheiro e de mercadorias sejam facilitadas. Podemos pensar, portanto, em uma disciplina e uma autoridade abstrata do mercado. Ainda que a globalização seja antiga, vem tomando esta nova configuração.
Como categoria histórica, la globalización es un equivalente a la
“internacionalización económica”, y por lo tanto es un fenómeno intimamente vinculado com el desarrollo capitalista. Si por globalización entendemos la internacionalización económica ... entonces no es un fenómeno nuevo, inédito ni irreversible (Saxe-Fernández, 1998: 88).
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Licenciada em antropologia e sociologia, Universidade de Brasília, 1975. Dra., Universidad Nacional Autónoma de México, 1984. Professora do Departamento de Sociologia. Instituto de Ciência Sociais, Universidade de
Brasília; investigadora del CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Presidenta da ONG-Organização Não-governamental IDB – Instituto Diversidade Brasil. Pós-doutoranda, Departamento de
Antropologia Social e História da América e África, Universidade de Barcelona, Espanha.
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Mestrando em Sociologia, Departamento de Sociologia, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Brasília.
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¿Una nueva ruralidad en América Latina?
O universo do consumo constrói-se enquanto instância legitimadora da
transnacionalização