O CONCEITO DE CONDIÇÕES DE SAÚDE
CONDIÇÕES DE
SAÚDE
Este texto construído com base no agrupamento de partes literalmente extraídas do livro: MENDES, E.
V. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasília: Organização Pan-Americana de Saúde, 2012.
O CONCEITO DE CONDIÇÕES DE SAÚDE
Tradicionalmente, trabalha-se em saúde com uma divisão entre doenças transmissíveis e doenças crônicas não transmissíveis. Essa tipologia, talhada na perspectiva da etiopatogenia, é largamente utilizada, em especial, pela epidemiologia. É verdade que essa tipologia tem sido muito útil nos estudos epidemiológicos, mas, por outro lado, ela não se presta para referenciar a organização dos sistemas de atenção à saúde. A razão é simples: do ponto de vista da resposta social aos problemas de saúde, o objeto dos sistemas de atenção à saúde, certas doenças transmissíveis, pelo longo período de seu curso, estão mais próximas da lógica de enfrentamento das doenças crônicas que das doenças transmissíveis de curso rápido. Além disso, é uma tipologia que se assenta no conceito de doença e exclui outras condições que não são doenças, mas que exigem uma resposta social adequada dos sistemas de atenção à saúde. Por tudo isso, tem sido considerada uma nova categorização, com base no conceito de condição de saúde, desenvolvida, inicialmente, por teóricos ligados ao modelo de atenção crônica. (VON KORFF et al., 1997; HOLMAN et al., 2011; LORIG et al., 2006), e depois acolhida pela Organização Mundial da Saúde (2003): as condições agudas e as condições crônicas.
A categoria condição de saúde é fundamental na atenção à saúde porque, conforme assinalam Porter e Teisberg
(2007), só se agrega valor para as pessoas nos sistemas de atenção à saúde quando se enfrenta uma condição de saúde por meio de um ciclo completo de atendimento.
As condições de saúde podem ser definidas como as circunstâncias na saúde das pessoas que