O caçador de pipas
O filme, que estreou em 2007, conta com fidelidade a história do livro. É retratada em especial, de maneira muito interessante a visualização do espaço. Khaled Hosseini descreve bem a situação do Afeganistão dos anos 1970 e nos demonstra também quanta diferença houve a partir da instauração do movimento Taliban, e, no filme, nós podemos visualizar perfeitamente isso. O diretor foi muito perspicaz ao fazer isso, pois sentimos e vemos essas diferenças de época. Quando, por exemplo, Amir volta a Cabul, em sua chegada, há a imagem de crianças de muletas brincando e a imagem de um homem enforcado, fatos que chocam em contraste com a Cabul mostrada na época de infância da personagem.
Além disso, os atores foram bem escolhidos, pois conseguem entender qual o papel de seus personagens, dando o devido tom de emotividade às cenas. Por exemplo, na cena em que Hassan, interpretado por Ahmad Khan Mahmidzada, é acusado de roubar o baba (pai de Amir), em emboscada preparada por Amir, a forma resignada com que ele se comporta é simplesmente sensacional, quase tão emocionante e revoltante quanto no livro. Entretanto, em se tratando de cenas marcantes positiva ou negativamente, não podemos nos esquecer de mencionar a cena do estupro de Hassan, a qual é muito, infinitamente, mais dramática no livro.
Obviamente, toda a adaptação tem seus problemas e não seria diferente neste caso. O filme segue muito bem até o meio. No momento em que Amir (já adulto) volta a Cabul e vai em busca de Sohrab, filho Hassan, começam os cortes. Amir passa por diversas situações, as mais