O capital cultural e sua relação com os “herdeiros” e com os “deserdados”
CURSO DE PEDAGOGIA
EVELINE DOS SANTOS LUZ
O CAPITAL CULTURAL E SUA RELAÇÃO COM OS “HERDEIROS” E COM OS “DESERDADOS”
RESUMO
Este ensaio tem por objetivo analisar como o capital cultural pode ser um instrumento legitimador dentro do sistema educacional e a sua relação com os indivíduos de classes sociais distintas, demonstrando como o privilégio desse “patrimônio cultural” pode ser um recurso eficaz para a aquisição de novos saberes escolares.
Palavras-chave: Sistema educacional; desigualdades sociais; capital cultural.
O presente ensaio tem por objetivo discutir as ideias de Pierre Bourdieu acerca do sistema educacional como uma das formas de conservação social que legitima as desigualdades sociais, e o nível global de cultura familiar isto é, o capital cultural e suas implicações no êxito ou no fracasso escolar da criança.
A concepção de capital cultural segundo Bourdieu nasce da necessidade de perceber as desigualdades de desempenho escolar dos indivíduos provenientes de diferentes classes sociais. Assim, entende-se que capital cultural é um conceito que trouxe uma nova categoria de capital, fonte de diversidade, poder e recurso social em sociedades em que o gozo desse recurso é privilégio de poucos. O desfrute desse “capital” para Bourdieu, concederia o acesso a caminhos escolares assinalados pelo sucesso e pela distinção, legitimando, através da escola, uma riqueza familiar a cultura repassadas por heranças às futuras gerações entre as famílias onde a classe social é mais favorecida.
O aprendizado eficaz está relacionado à herança cultural que cada família transmite a seus filhos, sendo essa responsável pela diferença inicial das crianças diante da experiência escolar e, consequentemente, pelas taxas de êxito ou fracasso. Bourdieu afirma ainda, que quanto maior a renda econômica das famílias e maior o grau de escolaridade melhor serão os resultados obtidos por esses alunos na escola.
Para o autor, as mesmas condições