O Campo E A Abordagem Antropolo Gica
Sarah Pinto Benicio
Na introdução, Laplantine fala sobre o surgimento da antropologia no século XVIII, com um objeto empírico de estudo: as sociedades “primitivas”, ou seja, o estudo das áreas fora da civilização europeia. A natureza desses estudos sustentava-se, basicamente, por explicações teológicas, artísticas e mitológicas. Entretanto, esse objeto acaba se esvaindo com o tempo, pois essas sociedades “primitivas” também passaram por constantes evoluções. Nesse momento, a antropologia ganha nova forma e passa não só a estudar o “selvagem”, mas cria uma base epistemológica para estudar o homem em sua pluralidade. Ainda na introdução, o autor enumera as cincos vertentes da antropologia: biológica, pré-histórica, linguística, psicológica e social e também algumas das dificuldades enfrentadas pelos antropólogos.
Laplantine, após apresentar as vertentes da antropologia, ele escreve sobre o estudo do homem em sua diversidade. Evidenciando que a antropologia não é apenas o estudo de tudo que compõe uma sociedade e sim o estudo de todas sociedades humanas e por isso o sentimento de estranhamento (depaysement) é tão importante para o autor, porque somente a experiência da alteridade, ou até mesmo a elaboração dessa experiência, que pode mudar a visão do homem sobre si mesmo. O autor também fala sobre a unidade do homem, que é sua aptidão para inventar modos de vida e formas de organização sociais extremamente diversos e a antropologia evidencia que os comportamentos sociais que tomávamos como inatos, na verdade são produtos de escolhas culturais. Essa abordagem antropológica, gera uma revolução epistemológica, pois ela implica um descentramento radical, o fim da ideia de que existe um centro do mundo.
Laplantine, em seu texto, também enumera algumas dificuldades que os antropólogos enfrentam, como a do nível das palavras, o grau de cientificidade que convém atribuir a antropologia e sobre a pratica da antropologia