O que me preocupa é no país que vamos ter agora. As pessoas estão mostrando quem elas são. Eu nunca me enganei que somos egoístas, escrotos, preconceituosos, classistas, racistas, homofóbicos, machistas, elitistas com complexo de fidalguia, superficiais... Mas também somos outras tantas coisas. O jogo está aí, aberto. Congresso nacional conservador, parte da população com ÓDIO do PT como se votar em Dilma fosse pura e simplesmente legitimar a corrupção e canalhice e como se votar em Neves fosse dar uma guinada ética ao país e instituições. Deixem de histeria. A maioria não queria mudança. A maioria respondeu a grande máquina política, ao marketing político, ao discurso de ódio contra o outro, de desumanização das personagens envolvidas nas eleições, seja endeusando, seja execrando. Se o povo quisesse mudanças já teriam feito no primeiro turno. Esse segundo turno foi o quê? Já se perguntaram? Foi aumento de dicotomias, de polarizações se você não é isso, logo vc é aquilo isso feito largamente pelos dois lados. Acabada as eleições o que fica é o nosso retrato sem hipocrisias. Quem se enganou que éramos melhores do que somos deve tá sendo difícil. Não somos não. Eu tenho um gosto amargo em saber que no dia a dia vou ter continuar a ouvir pessoas falando mal de programas sociais como currais eleitorais, de gente que forma sua opinião por redes sociais e "formadores" de opiniões profissionais, de ter q lidar com isso, com o que sobrou dessa campanha sórdida e desmedida. Mas é isso, eu que sou mt sensível, que aprendi tanto com a antropologia o exercício da alteridade, mal consegui dormir hoje sabendo que por mais 4 anos essa polarização vai ganhar ramificações que ainda não prevejo quais. Que os diferentes continuarão apanhando, sendo criminalizados, que a culpa de qualquer coisa nunca está no algoz. Que somos assim, imediatistas e por preguiça não queremos ver a fonte dos sérios problemas sociais que temos. É respirar fundo e se preparar para ver o pior das pessoas