O Brasil de Vargas
Os quinze anos em que Getúlio Vargas exerceu o poder no Brasil (1930-45) têm sido objeto de diversas análises por parte de historiadores, economistas, sociólogos e estudiosos em geral.
Getúlio, assim como os outros governantes considerados populistas, tornou-se muito popular entre os trabalhadores devido aos privilégios que a eles concedeu. E, a partir dessa popularidade, Getúlio os manipulou. O ditador viveu num mundo onde o movimento trabalhista era forte em quase todos os países. Por meio dessas lutas, o proletariado passou a conquistar certas regalias. Contudo, para alcançá-las, era necessário ter uma excelente organização e pessoas com consciência de classe. O Brasil que iniciava a sua explosão industrial com Getúlio também passaria, em algum momento, por tal situação. Entretanto, na medida em que Vargas dá ao povo todos esses privilégios e reformula todos os sindicatos, tirando todos aqueles considerados subversivos, nosso proletariado se tornou pouco combativo.
Não é à toa que Getúlio também pode ser chamado de “Mãe dos ricos”. Além de usufruir da infra-estrutura criada pelo Estado getulista, o empresariado se acostumou a trabalhar, ou melhor, a explorar o seu empregado sem que ele pudesse se organizar e lutar por melhores condições. Afinal, mesmo tendo seus méritos, a CLT feita por Vargas é uma cópia das leis trabalhistas criadas pelo ditador italiano Mussolini, também preocupado em manipular o povo italiano, desenvolver a indústria e o seu projeto fascista. Outro fato que exibe o caráter manipulador