O brasil de longo prazo
Nº edição: 616 | 27.ABR.09 - 10:00 | Atualizado em 07.08 - 13:33
O Brasil de longo prazo
Como a menor taxa de juros da história e a expansão do crédito estão mudando as estratégias das empresas e ampliando o mercado de consumo
Por Hugo Cilo
Uma foto histórica: pela primeira vez no governo Lula, o Copom permitiu o registro da imagem de uma de suas reuniões. No último encontro, a equipe comandada por Henrique Meirelles reduziu a Selic a 8,75% ao ano
Dividendos da estabilidade”. Essa tem sido a expressão mais repetida nos últimos meses pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Significado dela está estampado nos indicadores positivos da economia, na menor taxa de juros da história, na ampliação do crédito e nos mais longos prazos de pagamento de que se têm notícia no País. Para quem viveu a época da hiperinflação e do overnight, quando só era possível comprar à vista, é quase um milagre perceber que já se pode adquirir, com juros relativamente baixos, a casa própria em 30 anos, o carro novo em 84 meses e o caminhão em 96 meses. Na quarta-feira 22, quando o Comitê de Política Monetária reduziu a taxa básica de juros de 9,25% para 8,75%, o horizonte da economia se alargou ainda mais. E esse novo Brasil, de prazos a perder de vista, tem mudado as estratégias das empresas e ampliado o mercado de consumo.
Antes mesmo da decisão do Banco Central, diversos bancos anunciaram cortes de juros e revisaram suas projeções de crédito. No Bradesco – que recentemente esticou de 25 para 30 anos o prazo dos financiamentos imobiliários, e de 60 para 80 meses o de veículos –, o diretor-executivo Ademir Cossiello revia para cima as perspectivas de financiamentos para o banco neste ano e definia o repasse integral da redução da Selic aos correntistas. “Já é possível projetar um aumento da carteira de crédito. O banco terá que ganhar em volume e, assim, podemos crescer 10% contra 2008 em financiamentos. O que é ótimo, dado o cenário