O brasil caboclo
O termo caboclo é muito usado na Amazônia brasileira, só que frequentemente está associada a um estereótipo negativo. No centro-oeste são os morenos habitantes da zona rural. Na antropologia esse termo define camponeses amazônicos, formados pela imigração de pessoas de outras regiões do Brasil. Generalizando, caboclos seriam mestiços de branco com índio ligados a natureza.
“Caboclo adj (tupi kariuóka) 1 Da cor de cobre; acobreado. 2 Próprio de bugre. sm 1 Indígena brasileiro de cor acobreada. 2 Mestiço de branco com índio. 3 Caipira, roceiro, sertanejo.” Dicionário Michaelis
Brasil Caboclo Hoje
Mais de metade da população original de caboclos da Amazônia já foi desalojada de seus assentos, jogada nas cidades de Belém e de Manaus. Perde-se, assim, toda a sabedoria adaptativa milenar que essa população havia aprendido dos índios.
Os novos povoadores tudo ignoram: vêem a floresta como obstáculo. Seu propósito é tomba-la para converte-la em pastagens ou em grandes plantações. A ditadura militar chegou mesmo a subsidiar grandes empresários estrangeiros, atraídos pela doação de imensas terras sem cobrar juros. Daí a Amazônia dividida em grandes latifúndios na mão de uma minoria.
Toda a área era ocupada, originalmente, por tribos indígenas adaptadas a floreta tropical. Algumas dominavam técnicas de lavoura praticadas pelos grupos Tupi que habitavam o litoral, outras através da caça e pesca desenvolveram um alto nível tecnológico, como os de Tapajós e Marajó. Eram porém classificadas como sociedades de nível tribal, por viveram da agricultura, não desenvolverem grandes núcleos urbanos, classes sociais e nem desigualdade. Muitos cronistas souberam relatar o vulto das populações em cada aldeia, a fartura alimentar e a alegria que gozavam refletida no artesanato com obras coloridas e geniais.
Tal alegria talvez não possa ser usada para classificar os núcleos caboclos que lá vivem hoje, enfrentando duras condições de miserabilidade, devotados ao extrativismo