O brasil ainda é um país católico?
1.1 Por que a sociologia se interessa pela religião?
Ainda que estejamos distantes de qualquer ambiente religiosos, ou que não nos identifiquemos com qualquer religião, encontramos sempre à nossa volta quem frequente um templo e acredite em Deus. Uma avó ou um avô, tio ou tia, primo ou prima, o amigo do lado, o colega de sala, o conhecido, as personagens de novela - há sempre quem diga que tem essa ou aquela religião. Alguma tradição religiosa, algum objeto sagrado, algum ritual ou celebração estão sempre presentes quando indagamos sobre as crenças das pessoas. Há inclusive um ditado no Brasil, segundo o qual religião, futebol e política são coisas que não se discutem. Cada um tem a sua preferência, e cada um defenderá seu ponto de vista com vigor ou até com intransigência. Para Max Weber, conhecer as religiões era uma forma de compreender as sociedades. Para entender como os indivíduos e os grupos orientam suas ações, ou definem suas condutas e se comportam uns em relação aos outros, dizia ele, é importante saber que crença religiosa eles professam. Assim como as pessoas agem de forma muito diversificada, também as orientações religiosas são distintas. Não importava, para Weber, se uma religião tinha mais adeptos que outra; nem ele próprio dizia qual, dentre as muitas religiões que estudou, era sua escolhida. Como sociólogo, o que ele pretendia era entender as razões que levavam pessoas e grupos a aderir a um conjunto de crenças. Interessava-lhe saber como as pessoas justificavam suas escolhas e, também, o que tais escolhas produziam em seus comportamentos. Muitos outros pensadores, antropólogos e sociólogos também deram bastante atenção às crenças religiosas que se espalham pelas sociedades. A própria palavra “religião” pode nos ajudar a entender por que, desde sua origem, a sociologia se interessou por esse assunto. Religião tem a mesma origem de religar, que significa ligar de novo, ou ligar fortemente. Ligar quem