O brasil acordou ?

Ultimamente, deparamo-nos com uma situação “inusitada”: milhares de pessoas indo às ruas. Mas a movimentação não era por causa de carnaval ou futebol, e sim para conseguir um país melhor, promovida por cidadãos que estavam há muito sofrendo calados e que decidiram libertar-se das rédeas da política sem compromisso e exigir que aqueles que estão no poder para representar seus interesses realmente o façam.

Na história recente do Brasil, a população tinha ido às ruas basicamente em dois momentos: nos movimentos contra a ditadura militar, que durou de 1964 até 1985, momento em que todas as lideranças políticas opositivas ao regime se uniram à população em prol da liberdade; e no processo de impeachment do ex-presidente Collor, promovido pelo movimento dos caras-pintadas, que hoje comicamente é senador pelo estado de Alagoas. Tais manifestações mudaram bastante o quadro político do país, e para melhor, contudo, depois delas, a população pareceu ter entrado em transe hipnótico, e tornou-se praticamente inexpressiva, até agora.

As manifestações atuais, que começaram em São Paulo com o MPL, foram, como em uma espécie de efeito “bola de neve”, tomando proporções épicas. Agora, os protestos acontecem em todo o país, e todos são articulados pelas redes sociais, a exemplo da Primavera Árabe, com várias exigências em comum, tais como a não aprovação da PEC 37 (que previa a retirada do poder de investigação do MP), que já foi conquistada, além de contestações aos custos da Copa do Mundo, e exigências por mais investimentos em saúde, educação e segurança, mas tal expansão não seria possível se a insatisfação com os itens acima não fosse geral.

Portanto, é necessário que agora que a sociedade acordou e foi às ruas dizer o que quer, que ela não volte a “dormir”, e para tanto, é imprescindível que os meios de comunicação em massa informem de maneira imparcial o que acontece no cenário político e econômico do país, pois, segundo Aristóteles, o homem é um animal