O beijo da mulher aranha / A moça tecelã
LICENCIATURA EM LETRAS E LITERATURA ESPANHOLA
LITERATURA E ENSINO I
a) O beijo da mulher aranha
Segundo Confortin e Reales (2013, p. 46), a indústria cultural é um fenômeno inerente a toda produção industrial e não apenas a uma produção de cultura. Através da literatura, é possível a abordagem de vários temas e em 1976, o escritor argentino Manuel Puig, homossexual assumido, lança a obra “O beijo da mulher aranha”, sendo muito criticado pelos argentinos, vindo a ser proibido de morar em seu país por alguns anos. A crítica da indústria cultural aparece em um “movimento complexo onde um sentido de valor e de consumo tem uma história passível de ser repensada, reanalisada e posta a prova em seus efeitos inerentes ao modo de vida das sociedades modernas.” (CONFORTIN; REALES, 2013, p. 48).
Isto ocorre com a adaptação fílmica do romance homônimo de Manuel Puig, “O beijo da Mulher Aranha” (1985), do diretor argentino Hector Babenco, filme que foi produzido logo após o auge da repressão política e que aborda temas que até então gostariam de serem esquecidos pela sociedade e pelo Estado. O filme lida com a cultura de massas, fazendo com que o espectador tenha uma melhor aceitação de problemas sociais até então proibidos, pois narra à história de dois homens, Valentin que é preso político e Molina, homossexual assumido acusado por corrupção de menores, que dividem a mesma cela numa prisão no Brasil, o que pode ser visto na cena onde “[...] Valentin: Não seja assim. Você parece uma.../Molina: Como o quê? Diga. Como uma mulher? O que há de errado em ser como uma mulher? [...] (O beijo da mulher aranha, 21´35´´). Existem várias passagens do filme que mostram a inter-relação dos personagens com o mundo real e a ficção, como quando Molina conta seus filmes a Valentin, numa narrativa embutida, exemplo clássico de “filme dentro do filme”.
b) A moça tecelã
Na obra “A moça tecelã”, Marina Colasanti utiliza-se da fábula para