O auto da compadecida
Clara sempre tinha pesadelos onde uma mulher dizia: “Meus ossos”. A tia dela, que era espirita, que incorporava os espíritos, mandou queimar tudo que tinha no quarto dela e ela dizia que foi uma vizinha invejosa que jogou magia negra no quarto de Clara. Ela ganhou um quarto novo, com tudo arrumado e 7 bonecas muito bonitas. Ela deu o nome de Muriel pra boneca mais bonita, ela era espanhola. Quando Clara dormiu, ela não ouviu nenhuma mulher dizendo “Meus ossos”, mas sim uma gargalhada estridente de uma mulher. Quando ela acordou, ela viu Amelinha, que era uma das bonecas, com parte do cabelo arrancado. Uma semana depois, ela teve o mesmo pesadelo e quando acordou, viu Dinda, que era uma das bonecas, com um corte na garganta. Clara arrumou as bonecas e andou pelo quarto. Parecia que só os olhos se Muriel a acompanhavam, que seu sorriso estava mais aberto e que ela iria gargalhar. Clara achou bobagem, mas nos dias seguintes ela achava que era a Muriel que gargalhava e que era ela que maltratava as bonecas porque sempre tinha uma boneca machucada menos ela, ela estava sempre linda, arrumada. Então, Clara falou com sua tia que falou com as entidades. Normalmente, a tia incorporava o espirito da avó, mas ela incorporou uma entidade com o sotaque espanhol e a tia, incorporada pelo espirito, disse que a força maligna era a Clara. A entidade sorriu e olhou como Muriel. Clara pegou seu canivete e rasgou, furou, destruiu Muriel. Ela viu dentro de Muriel 7 ossos.