O auto da compadecida
A história começa quando a dupla chega a Taperoá, no sertão paraibano, anunciando pelas ruas da pequena cidade a exibição do filme A Paixão de Cristo, para ganhar alguns trocados. Sabendo que o padeiro Eurico precisa de ajudantes, Chicó e João Grilo passam a trabalhar e morar na padaria. Enquanto Chicó se torna um dos muitos amantes de Dora, a fogosa mulher do padeiro, João Grilo aproveita o emprego para comer de graça.
No ínicio a cadela de dona Dora morre ao comer a ração dos dois nordestinos, na qual Eurico havia colocado veneno para ratos. Para conseguir que o animal tenha um enterro cristão – e assim evitar a ira dos patrões - João Grilo convence o padre João de que ele pode levar parte de uma suposta herança deixada no testamento da cachorra. O padre, então, subverte por dinheiro as regras da Igreja, o que atrai a atenção do bispo que está de visita à cidade e também quer sua parte na herança.
O poder e a austeridade da cidade aparecem na figura do major Antônio Morais um tradicional latifundiário que recebe em casa sua filha Rosinha , vinda de outra cidade. Ele oferece a mão da moça a um pretendente valente e com bom dote. Rosinha, porém, se apaixona por Chicó que, além de covarde, não tem dinheiro e nem posses para se casar. João Grilo, mais uma vez, tem uma ideia para ajudar o amigo e, quem sabe, pôr as mãos no dinheiro do major.
João Grilo usa toda a sua lábia para provocar um duelo entre os dois valentões da cidade: o cabo Setenta e Vicentão . Na verdade, trata-se de um plano para que Chicó, por meio de uma série de imposturas, pareça valente diante de Rosinha e do major. A ideia dá certo e, mesmo sem condições financeiras, Chicó pede a mão da moça ao pai dela. O