o auto da compadecida

O ENTERRO DA CACHORRA
Dora : vai minha bichinha come pra ficar forte vai
João g. : desculpa perguntar, mas a senhora fala com cachorro é ?
Dora : falo sim porque ? quer falar comigo?
Chico: e ela escuta?
Dora: escutar ela escuta , mas não me da ouvido. Desde hoje que eu digo pra essa danada comer, ela nada.
João g.: se ela não quiser eu quero
Dora: tá com um fastio que só vendo. A pobrezinha não comeu quase nada hoje.
João g.: então tá melhor que nos, que não comemos nem o quase.
Dora : de manha cedo tomou só um cuscuzinho com leite
Chico : ai um cuscuzinho com leite ...
Dora : um tantinho assim de macaxeira.
João g.: um tantinho assim de macaxeira...
Dora : e tiquinho de galinha guisada
Chico: ai uma galinha guisada...
Dora : quando foi de 10hs comeu uma tijelinha de papa,
João g.: uma tijelinha de papa!
Dora: coisa pouca, só porque eu adulei muito.
João g.: se a senhora me adular um pouquinho eu juro que eu como
Chico: se não quiser adular também não tem problema, a gente come do mesmo jeito
Dora: mais olhe só que cara lisa! E vocês já não têm o comer de vocês, a gente serve do bom e do melhor, ainda vem uns mal agradecidos desses.
João g.: bife passado na manteiga Chico!
Chico: Não sei se como logo ou se olho mais um bocadinho.
Eurico: João!
João g.: senhor!
Eurico: diabo de uma gota serena olhe pra isso! Eu vou furar até o caroço do olho do desgraçado do rato que fez isso.
João g.: ainda bem que o prejuízo foi pouco.
Eurico: pouco? Você sabe quanto é que custa dois pães ?
João g.: mas o senhor pode corta as pontinhas e aproveitar o resto
Eurico:tem razão... e você pode comer as pontas que rato é bicho limpinho
João g.: comigo não tenho luxo
Eurico: pra não dizer que nunca lhe dei nada.
João g.: oxe patrão o senhor é um santo de me dar esses bicos de pão, ainda mais depois de levar um prejuízo desses.
Eurico: além de levar prejuízo no pão, vou ter no queijo
João g.: o senhor vai botar pão com queijo pro rato ?
Eurico: