O aumento da população Idosa.
A dificuldade principal para categorizar a velhice consiste em que ela não é unicamente um estado, mas um constante e sempre inacabado processo de subjetivação. Assim podemos dizer que na maior parte do tempo não existe um “ser velho”, mas um “ser envelhecendo".
O velho, então, “impotente” e “incapaz” de superar criticamente o modelo vigente que prioriza o jovem, belo, forte e poderoso, a ele se submete tentando apagar as diferenças, passar para o interior do círculo de poder, fazendo tudo por se incluir, muitas vezes de forma maníaca e caricata, ou caindo no isolamento, na renúncia ao desejo. Se o limite da vida humana é a morte, a velhice é a fase da existência que está mais próxima deste horizonte. Por esta razão, os velhos são suportes ideais para a maior parte das significações negativas que a eles se referem. Podemos observar como muitas das ações supostamente destinadas a "cuidar "dos velhos, não são mais que subterfúgios para mantê-los isolados, assim como muitos discursos elogiosos não são mais que disfarces para encobrir o que de ameaçador e angustiante a velhice encerra em nosso imaginário social.
Perde-se a beleza física padronizada pelos modelos atuais, a saúde plena, o trabalho, os colegas de tantos anos, os amigos, a família, o bem estar econômico, e fundamentalmente, a extensão infinita do futuro, e embora a qualidade de vida seja preservada, não pode ser evitado o sentimento de finitude que inexorávelmente se instala. A consciência da própria deterioração põe fim à onipotência. Despojado da beleza e da saúde da juventude, de sua capacidade de produtor de bens e de reprodutor de vida, o corpo, em declínio, acaba com a fantasia