Idoso no Brasil
COMO VIVE O IDOSO BRASILEIRO?*
Ana Amélia Camarano
Da Diretoria de Estudos Macroeconômicos do IPEA
Solange Kanso
Da Diretoria de Estudos Macroeconômicos do IPEA
Juliana Leitão e Mello
Da Diretoria de Estudos Macroeconômicos do IPEA
1 INTRODUÇÃO: O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
O envelhecimento populacional é, hoje, um proeminente fenômeno mundial.
No caso brasileiro, pode ser exemplificado por um aumento da participação da população maior de 60 anos no total da população nacional: de 4% em 1940 para
8,6% em 2000.1 Nos últimos 60 anos, o número absoluto de pessoas com mais de
60 anos aumentou nove vezes. Em 1940 era de 1,7 milhão e em 2000, de 14,5 milhões. Projeta-se para 2020 um contingente de aproximadamente 30,9 milhões de pessoas que terão mais de 60 anos [Beltrão, Camarano e Kanso (2004)].
Além disso, a proporção da população “mais idosa”, ou seja, a de 80 anos e mais, também está aumentando, alterando a composição etária dentro do próprio grupo. Isso quer dizer que a população considerada idosa também está envelhecendo [Camarano et alii (1999)]. Em 2000, esse segmento foi responsável por
12,6% do total da população idosa. Tais alterações levam a uma heterogeneidade do segmento populacional chamado idoso. Por exemplo, esse grupo etário abrange um intervalo de aproximadamente 30 anos. Compreende pessoas na faixa de 60 anos, que, pelos avanços tecnológicos da medicina, podem estar em pleno vigor físico e mental bem como pessoas na faixa de 90 anos, que devem se encontrar em situações de maior vulnerabilidade.
A heterogeneidade desse segmento extrapola a da composição etária. Dadas as diferentes trajetórias de vida experimentadas pelos idosos, eles têm inserções
* As autoras agradecem a Bruno Negreiros pelo trabalho de tabulação de parte dos dados.
1. Como idoso, está se considerando a população de 60 anos e mais, tal como estabelecido na Política Nacional do Idoso.
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ANA AMÉLIA CAMARANO –