O Apanhador no campo de centeio (resenha)
É possível dizermos que este certamente é um livro aberto, alvo de muitas controvérsias e debates, ainda que isso não seja o que o torna um a leitura tão interessante.
O Apanhador no Campo de Centeio certamente não é um livro para alguém que deseja relaxar tomando uma xícara de chá. Pelo contrário, é uma leitura excitante e estimulante, embebida por uma realidade brutal que por vezes torna-se hilária com um humor que contrasta com momentos de depressão.
Apesar de ter sido lançado há tanto tempo, muitos adolescentes de hoje podem identificar-se com os diversos temas tratados na obra de Salinger. É um clássico moderno do romance de formação. O personagem principal, o jovem Holden Caulfield, de 17 anos, tem um caráter absolutamente intrigante e, conforme lemos o livro, é fascinante adentrar sua mente estranha e rebelde.
O livro começa com Holden falando diretamente com você, o leitor, ao recontar eventos de um período de três dias do último mês de dezembro. Sua história começa em Pencey, um colégio prestigiado, porém lotado de “babacas”, como Holden costuma chamá-los. O que mais me impressiona nesse enredo é a maneira pela qual ele compõe, desde o início do livro, o ambiente de fragilidade e impertinência no qual Holden é retratado como insolente, preguiçoso e completamente despreocupado em relação ao próprio futuro.
Praticamente toda a história é composta por uma longa retrospectiva desse período de três dias do qual falei acima, com ocasionais referências ao tempo