O antagônico não conto "flor, telefone, moça", o livro Contos de Aprendiz, de Carlos Drummond de Andrade

410 palavras 2 páginas
O antagônico não conto "flor, telefone, moça", o livro Contos de Aprendiz, de Carlos Drummond de Andrade

O conto "Flor, Telefone, Moça", ou melhor, o não conto "Flor, Telefone, Moça" já que Carlos Drummond de Andrade avisa, de antemão, que: "não é um conto" (ANDRADE, 1960, p.275), trata-se de uma narrativa, onde o narrado de nome Carlos, diz que certa vez ouviu uma história de uma amiga, que por outro lado contava a história de uma moça que morava próximo ao um cemitério, e talvez, por esse motivo, criou grande fascínio por morte, túmulo, coroa de flores e tudo que é próprio de enterro e que um certo dia, fazendo seu passeio habitual pelo cemitério, encontrou uma simplória flor e por impulso a retira da sepultura, cheira e joga fora, mau sabendo ela que após esse simples ato, ela teria mexido com forças ocultas (ou não!), o que acontece a seguir é um sucessão de telefones onde uma voz cobra a flor, que era tão insignificante para moça, mas tão apreciada pelo defunto ou pelo responsável pelo trote de mau gosto.
O Conto, quer dizer, o não conto, termina com a fatídica morte da pobre moça, que de tanto ser cobrada pela tal flor, esmoreceu e morreu.
É claro que a intenção de Carlos Drummond em dizer que o conto não é conto, é fazer com que o leitor acredite na história, já que se fosse conto não poderia ser verdade, na narrativa de Carlos, o narrador do "conto", existe sempre aquele tom de fofoca, de um conhecimento popular, de uma história que foi repassada por alguém que talvez conhecesse a moça, o cemitério, alguém que certifica a veracidade dos fatos, daquelas histórias que sempre aconteceu "com um amigo meu".
É possível, também, pensar nisso, como uma crítica ao fato de darmos ouvidos a tudo que nos é falado, principalmente quando é dito por alguém de confiança como um amigo, sem fazer uma análise crítica sobre os fatos que nos é mostrado.
Esse conto não possibilita o leitor de responder se a ligação vem mesmo do defunto, ou se era só um trote perturbador

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