O Alcoolismo Como Doença
O conceito de alcoolismo como doença ou transtorno só veio a se desenvolver ao longo dos últimos 200 anos. A origem do seu conceito foi creditada a Thomas Trotter e a Benjamim Rush.
Em 1791 Benjamim Rush já usava o conceito de doença e a definia como um “transtorno da vontade”: o beber começava como um ato de livre vontade, evoluía para o hábito e, finalmente, desembocava na necessidade.
Crumpe em 1793 afirmava que os usuários habituais haviam perdido o controle voluntário sobre o uso.
Thomas Trotter afirmou em 1804 que o ato da embriaguez é uma “doença da mente” e que o alcoolismo acabara ocupando o seu legitimo lugar, devendo ser tratada por um médico criterioso.
Já em 1819 Cari von Bruhl-Cramer a partir de um estudo com um grande número de bebedores, argumentou que a embriaguez habitual resultava de uma doença do sistema nervoso produtora de um desejo irresistível pelo álcool, que ele chamou de “dipsomania”.
A “doença da embriaguez”, como era chamado o alcoolismo, constituía-se então num habito da mente. O propósito do tratamento seria o de romper o hábito através da distração, atividades alternativas, elogios e persuasão. O paciente estaria preso a um dilema motivacional e o terapeuta precisaria trabalhar esse conflito com paciência e habilidade. Sendo assim, ouvir e falar eram componentes vitais de um tratamento que enfatizava o relacionamento médico-paciente.
Foi no século XX que se deu a associação dos conceitos de alcoolismo, além da introdução da psicologia nesse tema, o que ajudou na expansão da psiquiatria.
Mais tarde, já nos anos 1950 e 1960, Jellinek reservou a categoria de doença para aqueles casos nos quais existia tolerância, síndrome de abstinência e perda de controle.
Os limites do que constitui um transtorno por uso de drogas têm sido expandidos para incluir riscos associados com história familiar, idade, estilo de vida e fatores do meio ambiente.
Na atualidade, permanece válida a utilização do diagnóstico de doenças ou