O aborto
INTRODUÇÃO
Desde sempre, uma das questões mais difíceis de resolver é a relação que existe entre o que se pensa o que se sente e o que se faz.
No âmbito da gravidez não desejada, esta situação é especialmente evidente. O aborto é quase sempre uma decisão de grande tensão emocional, que implica uma série de opções, em que a decisão tomada pela mulher pode colidir com preconceitos sociais, morais e religiosos.
Perante uma gravidez são múltiplas as respostas possíveis. Criar um espaço de comunicação e de encontro, no qual a mulher possa expor a sua situação e verbalizá-la num ambiente de confiança e apoio é fundamental.
O aconselhamento tem por objetivo o estabelecimento de uma relação de ajuda com a mulher. Aqui ela pode escutada e refletir sobre a situação em que se encontra. Devem ser dadas informações corretas e apropriadas, de forma a ajudá-la a tomar decisões informadas, a reconhecer e a fortalecer defesas e a desenvolver uma atitude positiva.
Todas as mulheres que pensem realizar um aborto devem ter acesso a aconselhamento, apoio e empatia que respondam às suas necessidades pessoais e culturais. Este aconselhamento deve abranger uma variedade de opções e oportunidades de assistência. Na atual legislação está determinado um período de reflexão obrigatório correspondente a três dias. Em certas circunstâncias, a mulher pode estar a sofrer pressão por parte do parceiro, da família e/ou de outras pessoas, quer para fazer um aborto, quer para continuar a gravidez. A decisão deve ser sempre tomada de forma tranqüila, consciente e responsável.
Se a decisão for de interromper a gravidez, é necessário informar sobre a legislação vigente, assim como os cuidados que esta exige. É extremamente importante dar a conhecer à mulher os procedimentos da intervenção para neutralizar falsos conceitos induzidos socialmente, que levam a estados de grande ansiedade. As mulheres devem estar completamente informadas sobre o que acontece durante e após a