O ABC Do Comunista
ABC do Comunismo
CAPÍTULO I – O REGIME CAPITALISTA
§ 6. — A Produção de mercadorias.
Quando examinamos como se desenvolveu a produção sob o domínio capitalista, vemos que, antes de tudo, aí se produzem mercadorias. “Que há nisto de notável?” poderiam perguntar. O que há de notável é que a mercadoria não é um produto qualquer. mas um produto que se destina ao mercado.
Um produto não é uma mercadoria, desde que seja feito para atender à nossa própria necessidade. Quando o camponês semeia o seu trigo, depois o colhe e o debulha, mói o grão e fabrica o pão para si mesmo, tal pão não é uma mercadoria, é simplesmente pão.
Só se tornará mercadoria quando vendido e comprado, isto é, quando for produzido para o comprador, para o mercado; pertencerá a quem o comprar.
No regime capitalista, todos os produtos se destinam ao mercado, todos se convertem em mercadorias. Cada fábrica, usina ou oficina, ordinàriamente, só confeccionam um produto, e esse produto, evidentemente, não é feito para a necessidade do fabricante.
Quando um empresário explora uma fábrica de caixões de defunto, é claro, que tais caixões não são feitos para ele ou sua família, mas para o mercado. Quando um fabricante produz óleo de rícino, é claro também que, embora ele mesmo tenha constantemente indigestões, só guardará para si uma pequena quantidade do óleo produzido por sua fábrica.
No regime capitalista, tudo se passa assim, seja qual for o produto.
Numa fábrica de botões produzem-se botões, mas esses milhões de botões são fabricados, não para serem pregados ao colete do fabricante, mas para a venda: tudo o que é produzido na sociedade capitalista é produzido para o mercado; é ao mercado que vão as luvas e as lingüiças cozidas, os livros e a cera, os metais e a aguardente, o pão, os calçados e as armas; em resumo, tudo o que se produz.
A produção de mercadorias pressupõe, necessàriamente, a existência da propriedade privada. O artesão ou o pequeno industrial que fabrica mercadorias é