LIBERDADE OU SEGURANÇA?
Apresentando Alexis de Tocqueville
Em que contexto recusar a liberdade torna-se uma alternativa? Para responder a essa pergunta convidamos o pensador francês Alexis de Tocqueville (1805-1859), filósofo, político, historiador e escritor francês que se tornou conhecido por suas análises da Revolução Francesa (1789), da democracia americana e do desenvolvimento das democracias ocidentais. Suas principais obras são: A democracia na America (1835), O Antigo Regime e a revolução (1854) e Lembranças de 1848 (1893 – publicação póstuma).
Quando a liberdade é ameaçada
Tocqueville acompanhou de perto os efeitos da Revolução Francesa, que em 1789 pôs fim ao regime monárquico e inaugurou a República na França. O documento mais importante desse movimento histórico foi a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, conhecido como o certificado de nascimento da democracia moderna. Seu primeiro artigo correu o mundo: “os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem basear-se no bem comum”.
O que mais impressionou Tocqueville em relação à Revolução francesa foi a violência com que ela se deu. Por que uma revolução que defendia a liberdade, a igualdade e a fraternidade levou ao Terror?[1] Lutar pelo ideal de igualdade pode levar à violência? O desejo de liberdade pode resultar no seu contrário? Em que condições a luta pela liberdade e a igualdade leva à violência ou à tirania? Por que é tão difícil garantir a liberdade? O que fazer para preservá-la? O que vale mais, a liberdade ou a igualdade? Combinar os ideais de igualdade e liberdade transformou-se na obsessão de Tocqueville, presente em todos os livros, e ficou conhecida como “dilema tocquevilliano”.
O Novo Mundo e o sonho da liberdade
Os temas da liberdade e da igualdade entre os homens e mulheres levaram Tocqueville a fazer uma Viagem aos Estados Unidos, que se tornara independente em 1776, treze anos antes da Revolução Francesa e tinham também