L Nguas De Desencontros
Maria Viviane Matos de Lima
Graduada em Letras Português/Espanhol
Pela Universidade Federal do Ceará vivilittera@gmail.com Entre as diversas transformações que a globalização trouxe ao presente século está o crescente interesse pelo estudo dos idiomas. Os profissionais da área dedicam parte dos seus esforços para entender o processo de ensino/aprendizagem a fim de torná-lo mais dinâmico e efetivo. Além do enfoque puramente linguístico, o tema também suscita outras abordagens de ordem cultural, social e política, que, no tocante à linguística, estão intimamente relacionadas. O presente artigo, com base nas abordagens citadas acima, tem por objetivo fazer uma análise reflexiva acerca do ensino de português como língua estrangeira (doravante PLE) para falantes de espanhol, em especial no contexto da América Latina. Buscar-se-á entrelaçar algumas implicações que esse tema suscita e, de forma crítica e objetiva, provocar reflexões e ensaiar propostas para enriquecer os estudos acerca do tema. Poderão esperar desse texto uma análise global da Língua Portuguesa (LP), mais especificamente uma abordagem sobre os pontos de intersecção entre as duas línguas oficiais na América Latina (AL).
Palavras chaves: Ensino/aprendizagem, português, espanhol, América Latina
A LÍNGUA PORTUGUESA NO ESPAÇO E NO TEMPO
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela
Olavo Bilac
O português é uma língua neolatina ou românica, ao lado do francês, do espanhol, italiano, romeno e outras. Foi nomeada como “a Última flor do Lácio” pelo escritor Olavo Bilac, que fez referência ao fato de que essa língua foi a última língua romance a surgir depois do fracionamento do latim, no século V. Até o século XV esse idioma era falado por menos de um milhão de pessoas que viviam na Península Ibérica, especificamente em Portugal.