F O U C A U LT, PA RA ALÉM DO PODER DISCIPLINAR E DO BIOPODER
Michel Foucault não trata o poder como uma entidade estável, coerente ou como uma unidade, mas como “relações de poder”. Não existe em sua obra uma teoria geral de poder, porém ele demonstrava permanentemente preocupação com a problemática poder.
O ponto de partida de Foucault ao analisar o tema poder, parece ser o desejo de rompimento com aquilo que ele chama de teorias jurídicas do poder.
O poder foucaultiano se situa em algum lugar entre o direito e a verdade – uma relação triangular: poder direito verdade
O poder disciplinar e o biopoder, assim como o poder da soberania, operam como categorias historicamente constituídas, ou melhor, são chaves de análise e interpretação do poder tal como ele se manifestou através de sue efeitos na história da sociedade ocidental.
Com Foucault o poder passa a ganhar um sentido emancipatório, libertador, ao liberar-se do estigma, do falso estigma, da repressão. O poder passa a ser visto como positivo, irrompe também como pura e plena produtividade. O poder produz: ele constrói; destrói e reconstrói; ele transforma, acrescenta , diminui, modifica a cada momento e em cada lugar a si mesmo e a cada coisa com a qual se relacione em uma rede múltipla, móvel, dinâmica. O poder tem uma estreita relação com o saber. Poder e saber se produzem e auto-reproduzem, estabelecem uma relação mutua de dependência – o poder-saber
Ao longo dos séculos XVII e XVIII o poder soberano vai sendo substituído gradativamente pelo poder disciplinar. “O poder disciplinar é, com efeito, um poder que, em vez de se apropriar e retirar tem como função maior adestrar; ou sem dúvida adestrar e se apropriar ainda mais e melhor”. Foucault diz que o poder disciplinar funciona como uma máquina se organiza como uma pirâmide e opera como uma rede.
Nestes séculos também foi observada uma efusão de dispositivos disciplinares ao longo de toda a extensão da