Empreendedorismo na Educação: Modismo ou Necessidade?
Flávio Lettieri
Ao se deparar com novos desafios, as pessoas comuns perguntam: por quê? Os empreendedores perguntam: por que não?
Essa mesma analogia pode também ser feita no posicionamento da escola diante da possibilidade de implementar o empreendedorismo em seu currículo. Enquanto algumas escolas ainda pensam no empreendedorismo como um modismo passageiro, outras já enxergam essa prática pedagógica como uma necessidade na formação dos alunos e, até mesmo, um diferencial de mercado. Enquanto alguns educadores acreditam que essa é apenas mais uma proposta, outros acreditam que, diante do cenário mundial no aspecto político econômico e, principalmente, no seu impacto nas oportunidades de trabalho, despertar a atitude empreendedora nos jovens é uma proposta essencial. A grande questão a ser formulada é: por que alguns educadores ainda resistem a essa tendência? Acredito em três razões básicas:
1ª) Existe uma distorção do termo empreendedorismo. Ainda paira para a maioria das pessoas uma visão de que o empreendedorismo se resume a abertura ou gerenciamento de empresas. É a visão do empreendedorismo atrelada ao ser dono de negócios. Para romper essa barreira, é muito importante que os educadores de fato entendam a Atitude Empreendedora como uma realidade e uma necessidade. Ela envolve o capital humano e o desenvolvimento de potencialidades em um âmbito muito maior do que o fazer empresarial. Saber empreender ultrapassa o saber técnico científico e busca na auto realização a valorização do ser e da coletividade. O Empreendedorismo deve ser visto como uma atitude diante da vida e de seus desafios. É uma opção entre o fazer, o protagonizar e o deixar acontecer.
2ª) Não é dada à Ação Empreendedora o seu devido peso. Segundo o BNDES, empresas com até 100 funcionários são responsáveis por 96% dos postos de trabalho no Brasil e as pequenas e micro empresas por mais de 60% dos empregos gerados no país. 60% dos