Embalagem, estilo de vida e meio ambiente
Extraído da Revista Ecologia Integral (Especial Resíduos) – nº 31 – páginas: 23 e 24
Entrevista com Deborah Munhoz
Autora de “A evolução da embalagem – Informações para uma nova geração de consumidores conscientes”. Consultora em qualidade de vida e sustentabilidade e colaboradora do Centro de Ecologia Integral
Após traçar o panorama da evolução das embalagens na publicação A evolução da embalagem, quais seriam as suas conclusões sobre este processo que estamos vivendo de estilo de vida e produção de resíduos?
As embalagens se sofisticaram muito com o passar do tempo. Dos chifres e conchas usados inicialmente até as sofisticadas embalagens que vemos nos supermercados há toda uma história de evolução da ciência, do marketing, da psicologia. Cada dia que passa, as prateleiras estão sendo invadidas por produtos em embalagens complexas de grande apelo visual, cuja mistura de materiais dificulta e/ou impede a reciclagem.
Os produtos colocados na prateleira são colocados para agradar a nós, consumidores. Se simplesmente nos deixamos conduzir pela beleza aparente das embalagens, sem ter uma postura do “por quê”, “para quê”, “quanto custa”, “qual o benefício geral que o produto me proporciona” e “de onde vem?, para onde vai a embalagem do que estou comprando?”, fica difícil para as empresas mudarem suas escolhas em relação aos sistemas de produção e implementar mudanças em suas embalagens. As que adotam medidas de proteção ambiental muitas vezes enfrentam a concorrência de empresas que têm pouca ou nenhuma preocupação socioambiental.
Além de uma boa administração, as empresas dependem de nós para manterem sua saúde financeira. Desta forma, nós consumidores precisamos assumir nossa parcela de responsabilidade ambiental e nosso poder de mudar aquilo que dizemos que não concordamos. Precisamos ser pró-ativos: se compramos sem levarmos em conta a questão socioambiental, favorecemos empresas que também não têm essa