Da Amizade – Marco Túlio Cícero
-Pág. 30 a 59
Cícero relata como seria “viver a vida” sem um amigo para compartilhar a felicidade, ou como seria suportar adversidades sem um companheiro que sofresse mais ainda. Todos os bens desejados pelo homem apresentam uma vantagem específica, já a amizade tem inúmeras utilidades. Nem o fogo e a água são usados em tantos lugares quanto a amizade. Uma amizade verdadeira e perfeita, que faz a felicidade mais esplêndida e ameniza a diversidade.
Segundo o autor, um sábio cita em poemas escritos em grego, que tudo o que existe e se move na natureza é unido pela amizade e desagregado pela discórdia.
Cícero cita uma peça de teatro em que um homem é capaz de morrer no lugar de seu amigo e homens incapazes de fazer o mesmo o admiravam.
O autor relata que a questão é descobrir o que induz o homem a procurar a amizade; se são a fraqueza e a necessidade ou a esperança de uma troca de serviços que desenvolve aquilo que é incapaz de obter sozinho, ou se não passa de uma simples propriedade da amizade cuja causa reside diretamente da própria natureza. O autor cita: “Ora, na amizade não há simulação nem fingimento algum: a amizade é tudo aquilo que é verdadeiro e voluntário. Penso, pois, ser natureza e não a indigência a fonte da amizade, uma propensão da alma acompanhada por um sentimento de amor, nunca o cálculo do proveito que dela se auferirá.” (Pág. 39, Cícero, 2001)
Segundo o autor a virtude e a honestidade nos fazem amar ate mesmo as pessoas que não conhecemos. Nada é mais amável que a virtude, nada mais aliciante para o amor. Um afeto parecido com o amor de pais e filhos brota em nós diante de uma pessoa com costumes e caráter diferente dos nossos, vemos brilhar nela a honestidade e a virtude. O amor se consolida quando um serviço é prestado, o devotamento se manifesta, as relações se tornam habituais.
Segundo o autor julgar que a amizade provém do desejo de ter alguém que realize o que queremos é rebaixar, pois assim a