D vida externa brasileira
Período de 1968-1973 Foi o primeiro impulso da dívida brasileira tendo em vista que na década anterior ela apresentava trajetória estável. Ocorre, segundo Bahry (2000) devido à grande liquidez existente no mercado internacional que era fomentado pelos eurodólares e pela busca desenfreada dos grandes bancos na aquisição de novos clientes. Já para Cruz (1984) teve um caráter financeiro, pois não serviu para cobrir possíveis ajustes no balanço de pagamentos, mas para saciar uma necessidade de contrair empréstimos para rolagem da própria dívida e para formação das reservas cambiais. Para este o aumento do coeficiente de abertura da economia brasileira (importações de bens de intermediários e de capital) foi sustentado pelas grandes remessas de exportações durante este ciclo. Para embasar sua tese Cruz faz uma análise da balança de pagamentos no que se refere a conta da balança comercial, de serviços, bem como a conta capital e de empréstimos e de risco. A conta de Serviços Produtivos, dentro do período 1969/73, apresentou um déficit na ordem de 2 bilhões de dólares. É valido salientar que esse déficit em nada tem a ver com a tomada de empréstimos internacionais. Já a Conta Capital de Risco, apresentou um superávit em torno de 1 bilhão de dólares, gerando divisas suficientes para amenizar e financiar parte do déficit dos serviços produtivos. Os saldos dessas duas contas não são responsáveis por 6,8 bilhões de dólares referentes a contração de empréstimos externos e financiamentos conforme as contas externas. Esse endividamento, portanto, corresponde a uma forte pressão de demanda por crédito em moeda doméstica exercida pelo setor privado com taxas elevadas. Assim, independentemente das contas externas, e tendo em contas as características institucionais do sistema financeiro interno, fez com que parcelas dos recursos externos fossem atendidas para a demanda exercida pelo setor privado. (Cruz, 1968)
Período de