AS NOVAS MÍDIAS DE BRAÇOS DADOS COM AS ANTIGAS; a comunicação e as futuras gerações agradecem...
O modelo de desenvolvimento que nosso país adota desde sua colonização traz inúmeras consequências; uma delas, que passa quase que despercebida, é aquela que determina que novas tecnologias que se sobrepõem à outras como consequência do “desenvolvimento”, aniquilam as anteriores. Para me tornar mais clara citarei o exemplo do caso nos transportes. Para a implantação e expansão da indústria automobilística no Brasil, foi extinta a complexa e imensa rede ferroviária que ligava todos os polos econômicos de então. Em Teresópolis, assistimos à igual cenário. A estrada Rio-Teresópolis foi construída em cima dos trilhos da antiga estrada ferroviária. De igual forma presenciamos o mesmo panorama com relação às edificações antigas das cidades; os novos prédios são construídos sob os escombros de antigas casas. Pode parecer uma atitude romântica ou saudosista, mas o que fica de grave nessa história, é que não somem apenas os trens com seus trilhos, ou as casas com sua arquitetura, história e sua tradição, mas com eles são enterrados, também, parte de nossa mobilidade, parte de nossa arquitetura, e parte de nossa cultura... essas perdas são irremediáveis.
O que interessa a nós no momento é a implicação que isso se dá na comunicação; como estamos estudando a radiodifusão e os radinhos, é importantíssimo que se reflita como isso acontece nessa área. Será que a expansão da rede com os computadores e as novas mídias repetirá o mesmo repertório, e se construirá sob o desmantelamento das rádios? Será que a expansão de uma rede se dará sob a obstrução da expansão da outra? Mais do que isso... porque as duas não podem se expandir em paralelo? Por que as antigas ferrovias precisaram ser destruídas para implantarem as rodovias ao invés de desenvolverem-se as duas? A grande resposta talvez esteja no jargão.. é o poder econômico. Mas nós podemos repensá-lo fazendo a nossa parte.