AS MANIFESTAÇÕES SOCIAIS NO BRASIL E EUA 1960
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AS MANIFESTAÇÕES SOCIAIS NO BRASIL E EUA 1960 Concretismo e neoconcretismo O surgimento dos movimentos concretista e neoconcretista foi um acontecimento de extraordinária importância da vida cultural brasileira na década de 1950, tanto no campo das artes plásticas como na literatura e na música. A realização da exposição sobre o Projeto construtivo brasileiro na arte na Pinacoteca do Estado de São Paulo permitirá sem dúvida o início de uma avaliação crítica mais profunda de um dos momentos mais interessantes de nossa história cultural. Há incontestavelmente algumas deficiências sérias na escolha das obras apresentadas, assim como no levantamento dos textos, que impedem uma apreciação correta da riqueza do panorama de criatividade oferecido pelo projeto construtivo brasileiro no período de 1950-1962. Essas deficiências prejudicam a compreensão da dialética do desenvolvimento artístico desse período, que não pode ser esquematizado apenas pela polaridade entre concretismo e neoconcretismo. Cabe ressaltar, que algumas das contribuições mais notáveis para a arte construtiva brasileira foi dada por artistas que não estão representados na exposição da Pinacoteca, apesar de terem recebido reconhecimento internacional. Os movimentos concretistas e neoconcretista permitiram a assimilação dos resultados das inovações da linguagem visual desenvolvidas desde o cubismo, na Europa, sobretudo por Mondrian e Malevich, assim como pela vanguarda russa, os artistas do Stijl holandês, o grupo da Bauhaus, e posteriormente aprofundadas em certas direções por Max Bill e a escola suíça, e o grupo de Ulm. Parece-me, porém, que o admirável senso metafísico subjacente às linguagens visuais de Mondrian e de Malevich não foram bem percebidos pelos construtivistas brasileiros, com raríssimas exceções como Mira Schendel, que absorvera admiravelmente o existencialismo de Heidegger e Kierkegaard, e depois descobriria caminhos do Oriente, do I Ching ao Taoísmo e o Zen.
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