Europa pós crise financeira de 2008 - Estudo de artigos
1. INTRODUÇÃO
O ano de 2008 foi marcado pelo período de profunda instabilidade e recessão econômica no mercado financeiro global. A Crise Financeira no setor imobiliário norte-americano transbordou-se para outras economias, provocando prejuízos estratosféricos não apenas entre as instituições financeiras americanas, mas também nas européias. A possibilidade de se obter altas taxas de retorno com a venda de títulos do mercado imobiliário para os chamados clientes “subprime”, incentivou o repasse e a compra desses títulos por parte das próprias instituições financeiras americanas e estrangeiras. Logo, essas instituições concediam linhas de crédito com uma maior facilidade, fazendo exigências mínimas aos seus respectivos devedores. A inadimplência por grande parte desses devedores gerou um ciclo interligado de venda de títulos hipotecários, o que fez com que os efeitos de uma moratória da dívida por parte de alguns dos agentes financeiros gerasse um colapso sistêmico no mercado de hipotecas, tendo em vista que o sentimento generalizado de desconfiança por parte dos credores impediu que novos empréstimos fossem concedidos para se saldar os débitos anteriores. Antes da eclosão da Crise em 2008, a EBF (European Banking Federation) ainda acreditava que, em função do alto nível de integração entre os bancos europeus, a zona do euro teria plenas condições de passar pela crise sem danos maiores. Contudo, o que se observou foi exatamente o contrário. Para impedir a falência múltipla dos principais bancos europeus, países como a França, o Reino Unido e a Alemanha intervieram na economia por meio de pacotes de salvamento e propostas para reformas estruturais macroeconômicas. Toda essa turbulência vivida pelo mercado financeiro internacional teve seus reflexos apontados diretamente para os mercados consumidores internos; a desconfiança por parte dos fornecedores de crédito estagnou os mercados financeiros nacionais e gerou