As dores do crescimento
Paciência é fundamental na arte de crescer
Ele era um menino cheio de vida, gostava de correr no campo, jogar bola, apreciar as cores da natureza; os detalhes dos acontecimentos não lhe passavam despercebidos. No entanto, muitas vezes, acordava durante a noite chorando com dores nos braços e nas pernas. Os pais, preocupados em busca da cura, foram aconselhados a deixar o tempo passar, pois lhes diziam: "são as dores do crescimento".
Quando meu amigo me contou essa fase de sua vida, fiquei o resto do dia com esta lição. Na verdade, crescer dói, porque exige mudanças. Mudar é exigente, pois nos desinstala, tira-nos da zona de conforto e nos lança para o desconhecido. Aliás, a mudança nos rouba algo que passamos a vida inteira tentando conquistar: a segurança. Naturalmente, trabalhamos, estudamos, investimos nos relacionamentos e fazemos tantas outras coisas visando a segurança de uma vida tranquila e estável neste mundo.
Gostamos de saber qual é o terreno que nossos pés estão pisando e onde vai nos levar o caminho que optamos por seguir. É por isso que nos sentimos tão ameaçados quando a mudança chega, seja por escolha, necessidade ou até mesmo obrigação. É como se o chão fugisse dos nossos pés. É preciso ter fé, arte e generosidade para saber recomeçar sem fugir do desafio. É, nesta hora, que o crescimento nos estende a mão e costuma caminhar, lado a lado, com a mudança; ele quer nosso bem, mesmo que, nem sempre, seja compreendido.
O fim de um relacionamento, por exemplo, geralmente é um momento de dor, mas também de crescimento se ficarmos com o melhor que a pessoa nos ofereceu. Uma mudança inesperada de emprego também é uma ótima oportunidade para crescer e aprender coisas novas, mudar de cidade, de escola, ter de frequentar novos ambientes, conquistar novas amizades. Tudo isso, embora nos custe certo sacrifício, também nos dará prazer e nos fará crescer se soubermos acolher a novidade de coração aberto.
Até mesmo a dor