A ética socrática
Parece difícil em nossos dias procurar uma forma de falar ou escrever sobre o que é ser uma pessoa ética. Talvez isto ocorra devido a relativização do conceito de verdade ou realidade contemporânea, ou quem sabe por causa da multiculturalidade ou pluralidade de partidos, talvez também pelas diversidades sexuais ou as dezenas de religiões existentes. Fala-se tanto em ética empresarial, em ética na medicina, na política, na arte, na música, na relação do eu com o outro. Dessa forma parece-nos difícil definir, em meio a todas essas e outras situações, o que é ser uma pessoa ética. E o que dizer então se perguntarmos: O que é Ética? Quem sabe ficaria mais fácil ou mais fundamentado se partíssemos desta pergunta.
Sendo assim, o presente artigo terá como proposta, através do pensamento socrático, analisar o significado do sentido de Moral (sinônimo de ética) entre os gregos e sua importância prática para estabilidade da Pólis. Fazendo uma breve síntese sobre o que Sócrates pensava sobre ser ético.
Por isso na primeira parte deste artigo, buscaremos fazer uma breve descrição do que levou Sócrates a se preocupar com as questões éticas. No segundo tópico faremos uma analise sobre a ironia socrática como técnica de levar o homem a fugir das tradições e opiniões que o acompanham por gerações, procurando levar o interlocutor a conhecer a si mesmo. No último momento verificaremos a importância da educação para política através da ética e virtude na Pólis grega.
SÓCRATES E A QUESTÃO ÉTICA
Podemos iniciar este capítulo informando, sem medo de errar, que Sócrates ficou conhecido na história ocidental como “o fundador da Moral” como sinônimo de ética. Através da análise semântica dos termos Ética e Moral, desde sua origem, Lima Vaz nos demonstra que:
A evolução semântica paralela de Ética e Moral a partir de sua origem etimológica não denota nenhuma