A Vênus Negra e os Direitos Humanos
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente e dos direitos iguais e inalienáveis de todos os membros da família humana é o fundamento da liberdade, justiça e paz no mundo,
Considerando que os povos das Nações Unidas, na Carta, reafirmaram a sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em maior liberdade,
Durante todo o filme, vimos a maneira como a Sarah foi explorada. Ela fazia uma apresentação humilhante, contra a sua vontade, e quando se rebelava, ela era coagida moral e fisicamente por Hendrick Caezar, seu antigo “patrão”. Tais coerções também ocorreram quando ela se recusou a exibir a sua genitália para o cientista Georges Cuvier. Estas explorações ferem o que está claramente dito nos Artigos 4º e 5º da Declaração Universal:
Artigo 4.º
Ninguém pode ser mantido em escravidão ou em servidão; a escravatura e o comércio de escravos, sob qualquer forma, são proibidos.
Artigo 5.º
Ninguém será submetido a tortura nem a punição ou tratamento cruéis, desumanos ou degradantes.
De uma maneira geral, os sete primeiros artigos foram violados na história de Sarah. Ela foi humilhada e explorada até mesmo depois da sua morte, quando seu corpo foi vendido para o cientista Cuvier e foi exposto no Museu de História Natural de Paris até 1980.
A Vênus Hotentote virou símbolo na luta pelos direitos humanos, o governo sul-africano, após intensa negociação entre os governos de Nelson Mandela e de François Mitterand, Mandela exige a repatriação de seus restos mortais, tal fato sendo consumado apenas em 2002, quando o corpo recebeu