A volta da inflação
Conviver com inflação é normal em qualquer economia moderna, mas é preciso mantê-la sob controle. A inflação consiste, grosso modo, na corrosão do valor do dinheiro, que tira o potencial de compra do consumidor e penaliza, consequentemente, os mais pobres, pois têm menos poder de compra e passam a ter essa poder ainda mais limitado.
Existem muitos fatores que causam um cenário mais crítico neste sentido. A alta de preço de um item básico de consumo ou de serviço podem contaminar outros preços. O excesso de consumo pode reduzir a quantidade de produtos em circulação e provocar aumento de preço dos mesmos. Quando o governo gasta mais do que arrecada, precisa emitir dinheiro novo para saldar dívidas, desvaloriza a moeda, pois aumenta a circulação de dinheiro no mercado sem geração de riqueza e com o mesmo volume de bens disponíveis – passa-se a se cobrar mais sem aumentar a entrega de produtos – o dinheiro enfraquece.
Durante os anos 80 e 90 não havia uma metodologia clara de controle econômico e o Brasil tinha quadros variados de hiperinflação. O país se estabilizou e encontrou seu ponto alto neste setor em meados da década de 90 – Plano real e início de Governo de Fernando Henrique Cardoso.
Nesta época iniciaram-se esforços políticos e econômicos para mudar um quadro que ainda assustava a população. Enxugar a máquina do governo e reduzir gastos, buscar autonomia na exploração do petróleo e controle do incentivo ao consumo popular foram algumas das iniciativas que começaram a construir um clima de tranquilidade, confiança e expectativa positiva no Brasil.
O tempo passou e o governo mudou de partido – em 2003 passou para o PT, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As bases econômicas se mantiveram, mas os gastos públicos voltavam a aumentar, o incentivo ao consumo popular ganhou fôlego, mas