a violência contra crianças e adolescentes
O homem sempre praticou e foi alvo de violência. A bíblia retrata uma série de crueldades das quais Jesus Cristo foi vitima; enforcamentos em praça pública; homens que lutavam até à morte nos coliseus para deleite da assistência; a Santa Inquisição que vitimou inúmeras pessoas, o nazismo e as excessivas guerras que povoam a história da humanidade. Vários autores têm tentado explicar as causas deste problema. Segundo Freud (1987, p. 162), a violência surge do fato de o equilíbrio interno ser perturbado, da personalidade, do meio onde se inserem. Estudos realizados com jovens delinquentes comprovaram que graves distúrbios da socialização acontecem quando a identificação com os pais é desintegrada através de separações, rejeições e outras interferências com os vínculos emocionais existentes entre a criança e familiares. Reforça ainda que o cidadão normal, perante a lei, perpetua a posição infantil de uma criança ignorante e complacente, em face aos seus pais. O delinquente perpetua a atitude da criança que ignora ou menospreza, ou desobedece à autoridade parental e atua em desafio desta.
As crianças assistem a desenhos animados na TV onde as personagens utilizam a violência para conseguir os seus intentos, por vezes são atos nobres tais como salvar um amigo em perigo ou para salvar o planeta. O poder de sedução da televisão e a capacidade de imitação das crianças formam uma cumplicidade que pode atuar perigosamente na formação cognitiva destas. Neste sentido, Juste (1998, p. 133) afirma que para estas crianças a violência é "algo normal", utilizam-na como "arma quando consideram que ela é eficaz para conseguir os seus propósitos".
Qualquer indivíduo é passível de exercer atos de violência, uma vez registrada uma ruptura com a normalidade. No entanto, num indivíduo que não tenha patologias associadas, após a ruptura, retorna ao estado de calma e é reposta a sua normalidade interior.
A violência pode ser revestida de diversas formas, mas num