O termo política, extraído do grego, guarda relação com os procedimentos da vida na polis, da vida em sociedade. Historicamente, o termo ajusta-se a diferentes concepções. A mais comum é aquela que define a política como atividade exercida pelos governantes, para alcançar os fins desejados. Ou seja, em muitos casos, a conquista e a manutenção do poder, no sentido maquiavélico, e não a efetiva participação do povo, dos cidadãos no exercício de uma democracia participativa. Sendo assim, a política está, inevitavelmente, aliada a interesses públicos, mas não necessariamente aos interesses da população. Isto porque, embora não caiba discutir as conceituações eruditas relacionadas ao termo em si, mas a questões fáticas, a política serve, sobremaneira, à busca de meios que visam à obtenção de cargos públicos, em sua maioria alicerçados na política partidária mais do que inspiração para se constituir uma sociedade calcada na participação popular, organizada em função de objetivos desejados para o bem comum. E não se trata de constatação demagógica, como querem alguns. Antes, trata-se de certa fragilidade ante o desmando social advindo de representantes públicos, os ditos representantes político-partidários do “povo”. Por isso, aliando-se a vida política à realidade vivenciada, o que deveria dar fundamento a um estado democrático de direito, a participação efetiva da sociedade em atos de interesse social, resulta em atividades partidárias há muito deslocadas para atender aos interesses de uma minoria que, em regra, volta-se para seus próprios círculos de filiados e “ativistas”. Então, perto do que se vê, Dom João 6º, quando esteve por aqui e instituiu o nepotismo ao alojar seus parentes e amigos nas estruturas de poder, causa pouca estranheza. Naquela época, vivia-se em uma colônia. Longe dos brados retumbantes de um estado livre e soberano. Parece que o grito do Ipiranga continua ecoando pelas bocas do soberano. E fez-se da vida política o escalonamento de muitos