A VERTENTE REGIONALISTA NA LITERATURA BRASILEIRA
A vertente regionalista brasileira pode ser percebida tanto na prosa quanto na poesia, esta última, por exemplo, já na época do Barroco, quando Gregório de Matos manifesta uma preocupação em expor nos seus textos líricos um sentimento nativista. Na prosa, foi na época do Romantismo Brasileiro que o sentimento nacionalista se acentuou. José de Alencar, por exemplo, considerado o cânone desse período adota uma atitude sentimentalista, ao revelar um forte predomínio da imaginação, do culto à natureza e do nacionalismo. O autor resgata o passado brasileiro, valorizando, assim, nossos aspectos locais, porém, conforme observa Amora, “a visão romântica impede-o de retratar com fidelidade a vida do homem do campo” (1968, p53).
Nesse sentido, pode-se observar que no romance O Sertanejo (1968) a época localizada é o passado, o sertão de 1754, com uma fauna riquíssima; também são ressaltados os valores morais da época com uma forte religiosidade. Essa obra também proporciona uma fonte privilegiada para o estudo da construção do herói da narrativa romântica, uma vez que a personagem central, o vaqueiro Arnaldo Loureiro é totalmente idealizado, capaz de façanhas que o aproximam de um ser divino, mantendo em si a duplicidade de Deus e homem, justo, bom corajoso e em total integração com o ambiente em que vive. A esse respeito é pertinente observar um fragmento da narrativa em que destaca uma experiência inusitada vivida pela personagem que exemplifica de forma explícita a idealização romântica, a coragem do vaqueiro.
Aquietou-se a onça e o rapaz deitou-se