A verdade e as formas juridicas

A verdade e as formas jurídicas (Foucault, M. A verdade e as formas jurídicas. 3ª edição Rio de Janeiro: NAU Editora, 2002) trata-se de uma reflexão histórica que investiga as relações de poder/saber que atravessam as relações sociais, apresentando de que formas as praticas sociais produzem, como define o autor, domínios de saber, responsáveis pela reinvenção dos sujeitos que atuam em seu interior e consequentemente novos conhecimentos, novas verdades. Composto por cinco conferências realizadas no Rio de Janeiro em 1973, Foucault divide o livro em três eixos, ao longo dos quais vai explicitando como os saberes produzidos nas praticas sociais constroem o sujeito do conhecimento, a metodologia de analise dos discursos, não considerada mais pelos aspectos linguísticos, mas como estratégia e polemica atravessadas pelas relações de poder e, por fim, o ultimo eixo apresenta o processo de relaboração da teoria do sujeito, situando historicamente o momento em que é retirado deste sua posição absoluta.
Na primeira conferencia, Foucault vai em Nietzsche para fundamentar a questão da origem e da invenção do conhecimento. Este filósofo posiciona-se radicalmente contra a ideia tradicional da filosofia ocidental e sua tendência a construir sua concepções baseadas num modelo natural. Para Nietzsche o conhecimento não possui origem, diferentemente dos instintos, mas são produzidos dentro de uma determinada contextualização histórica, não sendo simplesmente dados, sendo a melhor maneira de compreendê-los tomando contato com os elementos responsáveis por sua construção. Foucault vai dizer que o conhecimento por trazer consigo relações de luta e dominação, entre este e o objeto a ser conhecido existe uma relação de violência e força, ou seja, relações de poder, fundamentando assim o postulado do autor sobre sua concepção de saber-poder, pois o sujeito do conhecimento exerce seu poder através do saber e daí estabelece sua verdade. O autor ainda aponta que existe um processo de