A Tuberculose Uma Infec O Bacteriana Para A Qual
A tuberculose é uma infecção bacteriana para a qual, até meados dos anos 40, não existia tratamento racional. Tentativas absurdas baseavam-se em ingestão de leite de equinos, inalação de fumaça de esterco de vaca e uso de couro de gatos recém-mortos enrolados pelo corpo. Posteriormente, a medida tomada foi a de isolar os pacientes em sanatórios, localizados em áreas distantes das grandes cidades. Nestes locais, cercados de ar puro, os pacientes eram submetidos a repouso constante e alimentação reforçada. Este tratamento, que podia durar mais de um ano, estendia o tempo de sobrevivência dos pacientes, mas a grande maioria finalmente vinha a óbito pela infecção.
Com o advento de fármacos eficazes após a década de 40, a tuberculose experimentou declínio até meados dos anos 80, quando, de maneira avassaladora, retornou ao cenário de Saúde Pública como a grande vilã de todos os tempos. Os factores responsáveis pelo despoletar dessa situação foram principalmente a SIDA e casos de resistência aos fármacos.
Não se pode negar que o uso destes fármacos é essencial para o tratamento da tuberculose, no entanto, importa também salientar que este tratamento está associado a inúmeras formas de toxicidade. Por isso, deve-se sempre avaliar a relação risco/benefício para cada doente.
De uma forma geral, a incidência de efeitos tóxicos decorrente do risco de tuberculostático é cerca de 5 %. Este valor aparentemente baixo não deve ser desprezado pois inclui casos de toxicidade aguda que podem levar a morte do doente.
De seguida relatam-se três casos reais para que cada um de nós se imagine nessa situação e avalie a verdadeira importância dessa incidência. Caso 1 : ( 1996, Porto ) O Hospital Geral de Santo António realizou um transplante hepático ( um dos primeiros em Portugal ) devido a uma hepatite C fulminante aos seguintes tuberculostáticos usados na prevenção: associação de Isoniazida, Pirazinamida e Rifampicina.
A doente em causa sobreviveu mas esteve em