A TRAJETÓRIA DO HOMEM NATURAL AO CIVILIZADO: UMA REFLEXÃO ROUSSEAUNIANA
Em tempos remotos, desprovidos de regras, onde o homem começara a ser bípede e não existia um mundo racional, havia poucos hominídeos espalhados pelo continente africano, local onde germinou a evolução humana. Um deles, que podemos chamá-lo de Brutus neste conto, era um exemplo de homem no estado natural que desfrutava de sua total liberdade e se completava com a natureza, assim como os demais de sua época. Seu principal objetivo de vida [inconscientemente] consistia apenas em sua sobrevivência.Andava desprovido de imaginação e muito menos razão. Sua mente trabalhava à mercê das sensações instantâneas. Deste modo, seus desejos eram limitados às sensações físicas: quando ficava com fome, Brutus ia em busca de alimento; quando se cansava, repousava; e quando avistava uma fêmea atraente, lutava para conquistá-la contra outros machos e se ganhasse, satisfazia sua vontade instintiva, buscando perpetuar sua espécie, assim como qualquer outro animal. Portanto, Brutus, assim como os demais hominídeos e outros animais, era movido por instintos e assim, vivia o presente – fato que se perdeu com o desenvolvimento da razão.
Quando via outro hominídeo, Brutus não possuía vontade de se juntar a ele para possuir um pouco de companheirismo. O homem natural como Brutus, era anti-social, mas era associável quando necessário. Ou seja, o outro hominídeo não era visto como um “lobo”1, mas o que predominava nessa época era o individualismo. Brutus se preocupava apenas consigo e as consequências de suas ações perante os demais eram irrelevantes. Para viver em uma sociedade, era necessária a razão, e isso eles ainda não tinham aprimorado.
Em vista disso, Brutus, um homem selvagem, vivia isolado e isto era quebrado apenas durante