A tese da assistência social
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
A TESE DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
2014 O debate sobre a política pública de assistência no marco da seguridade social vem oferecendo uma sólida sustentação teórica à qualificação da assistência no âmbito das relações entre o Estado e a sociedade alçada a direito dos cidadãos que dela necessitam devendo ser provida pelo Estado. Iamamoto afirma que a Assistência Social foi um tema “maldito” no movimento de reconceituação do Serviço Social latino-americano, sendo as tarefas assistenciais vistas como um “mal necessário”, dotado de caráter provisório para outra atividade efetivamente relevante: a educação política. Essa reflexão foi apresentada inicialmente por Leila Lima Santos, que redimensionou o debate sobre a assistência no Serviço Social latino-americano em seu artigo “El Desarrollo del Trabajo Social em América Latina” (1980). Segundo Iamamoto, Santos entende que o trabalho assistencial não é nem “um mal necessário” e nem “libertador per si”, e chama a atenção para o potencial que dispõe as tarefas assistenciais de “acumular aquelas condições necessárias para a construção de alternativas mais cabíveis para a sociedade” (Santos, 1982: 196). Santos (1982) ressalta que a atenção aos “problemas concretos” possui um potencial educativo, o que supõe clareza quanto aos limites das ações assistenciais: se estas “não oferecem uma resposta global”, também “não interiorizam necessariamente a defesa dos interesses monolíticos” (Idem: 195). Iamamoto avalia que essa linha de análise da assistência ainda se mostra desvinculada das políticas públicas e faca diretamente na profissão, mas que por outro lado merece ser salientada a atualidade dessa elaboração pioneira ante muitas abordagens atuais, que tendem a subestimar o caráter contraditório das forças que polarizam as ações profissionais, resvalando, ora nas marras do fatalismo, ora no messianismo utópico.