A Tendência Anti-Social
A mãe “sustenta uma situação de tempo”, permanecendo viva e disponível física e emocionalmente, permitindo que o bebê enfrente a experiência instintual, suas consequências e responsabilidades (culpa), dando à ele oportunidades de doar e fazer reparações. Um ciclo benigno se constitui e, uma vez estabelecido com confiança, enriquece o self do bebê e transforma o sentimento de culpa em preocupação, sentimento que implica maior integração e se relaciona de modo positivo com o senso de responsabilidade do indivíduo, especialmente no que concerne aos relacionamentos em que entram as pulsões.
Na época em que a capacidade de preocupação está se desenvolvendo (6 meses a 2 anos), QUALQUER QUEBRA OU FALHA NO ESTABELECIMENTO OU CÍRCULO BENIGO devido à privação ou perda da mãe PODE OCASIONAR CONSEQUÊNCIAS DESASTROSAS PARA O BEBÊ.
A não-sobrevivência da mãe-objeto ou fracasso da mãe-ambiente em proporcionar uma oportunidade para a reparação desfaz o círculo benigno, tornando o sentimento de culpa intolerável. O bebê não consegue realizar o esforço construtivo e reparador, o que impede que seu ego ganhe força e estabilidade.
Winnicott coloca que a morte ou desaparecimento da mãe coloca a criança à mercê do ódio e da ambivalência, por predomínio de elementos persecutórios que enfraquecem as forças benignas e amorosas. Como mecanismo de defesa, aparece um amortecimento do mundo interno e um afeto depressivo que inibe a vida instintiva ou a torna dissociada dos relacionamentos afetivos. (DELINQUENCIA)
Entre as relações primitivas está a TENDÊNCIA ANTI-SOCIAL. A base está na existência de uma boa experiência inicial, que possibilita à criança atingir “a capacidade de perceber que a causa do desastre reside numa “falha ou omissão ambiental” determinada “perda original”.
O ego imaturo da criança não tem condições de tolerar a espera e manter viva a lembrança da mãe. As defesas do ego se desmoronam e a criança experimenta confusão e ansiedade