A Tempestade
A ultima peça escrita por Shakespeare, The Tempest, é considerada por muitos a sua obra prima, onde o autor numa mestria inconfundível, confronta o real das emoções humanas com o irreal do sonho e do fantástico. Somos levandos a viajar através do misticismo e do sobrenatural.
Os clássicos de Shakespeare para além de entretenimento, tratam das relações entre homens, e dos os sentimentos a que estes são sujeitos, como paixões e conflitos, analisando defeitos, levando-nos a entender melhor o ser humano, e valorizar as suas virtudes.
A Tempestade tem as características das tragédias gregas, onde há os grandes conflitos psicológicos, através de crises familiares, as tramas são compostas de incestos, traições assassinatos de maridos, de mães e loucuras diversas, mostrando o homem impotente contra a força do destino. Na tragédia Renascentista, existe a predominancia do livre arbitrio do homem, o herói não sabe porque comete o erro trágico, mas acaba por ter consciência da sua falha e resolve enfrentar as consequências desse erro, tornando-se numa pessoa melhor.
A história tem como figura central Próspero, antigo Duke de Milão, cujo trono foi usurpado pelo seu irmão Antonio. Antonio contou com o auxilio de Alonzo, Duque de Nápoles, e forçou Próspero a embarcar com a sua filha de 3 anos, Miranda, na esperança que morressem no mar. Ambos acabam por naufragar numa ilha onde vivem durante 12 anos. Próspero que já se tinha dedicado à ciência e às artes mágicas em Milão, tem a oportunidade de as desenvolver ainda mais na ilha com a ajuda dos livros que trouxe com ele. Tem a seu serviço Caliban, um nativo que ali vivia, filho de Sycorax, a terrível bruxa, um homem adulto meio disforme e, Ariel um ser espiritual e servil, cujos poderes lhe permitem transformar-se em ar, água ou fogo.
O tempo passado na ilha, permite a Próspero compreender que foi a sua dedicação às artes, que o levou a desviar a atenção dos assuntos do reino,